terça-feira, 30 de junho de 2009

Crecheless

Fiquei crecheless. Quer dizer, a Sol ficou... A tia da creche, tia Paty, foi para o Canadá, teoricamente para passar uns 30 a 40 dias, mas ontem tive a notícia de que não voltaria mais... Pelo menos não por agora! Bom, minha filhotinha de 4 patas já está uma mocinha e espera bem bonita meu retorno do trabalho, mas eu gostava de saber que ela estava se divertindo muito com os coleguinhas na escolinha!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

E se eu ganhasse na Mega Sena?

E se eu ganhasse na Mega Sena? E se fosse bastante $$? Eu tenho tantos, mas tantos planos! Outro dia quase levei pra casa uma bebêzinha que estava na calçada, sendo usada por sua mãe ou coisa que nem o valha, para pedir esmolas... É insuportável assistir a isso e não poder fazer nada!
Eu não dou esmola! Eu pago imposto, muito imposto! Eu não dou esmola, eu dou cerca de um terço da minha renda para um país perfeito e justo. Eu não dou esmola, mas eu tenho o hábito de olhar nos olhos das pessoas... E me entristece e me pesa o olhar aflito de quem joga bolinhas no sinal pra entregar o trocado para alguém, o olhar de quem trabalha duro, carregando peso e pouco ganha pra isso, de quem acorda de madrugada e pega duas conduções lotadas para chegar ao local do ofício, que certamente é digno, mas que nem sempre é tratado como tal, de quem não sabe se terá um teto qdo envelhecer e não puder mais vender seus serviços...
O Brasil é um país maravilhoso, sabe girar sozinho muito bem e só não vai pra frente por conta dos obstáculos que a corrupção lhe impõe. Mas o potencial existe e é nítido! Tem muita gente boa e talentosa neste país! Mas com tanto dinheiro desviado, com tanta gente sem seu devido acesso a bons serviços de educação, saúde e justiça, fica muito fácil explorar as pessoas e manter o abismo social que separa ricos de pobres. E todos sofremos com isso!
Há muito, muito que ser feito! E eu tenho certeza de que se o dinheiro gasto com propinas, superfaturamentos, salários exorbitantes de gente despreparada e desinteressada ocupando cargos desnecessários no Governo, etc... se esse dinheiro fosse utilizado em prol de um Brasil melhor, poderíamos ter boas escolas públicas para todos, com professores preparados, bons hospitais, com profissionais bem pagos, uma polícia treinada e motivada, boa pavimentação das estradas, boas ferrovias e portos, calçadas como se vê na Europa, para que cadeirantes e idosos possam se locomover livremente em segurança, gente aprendendo desde criancinha que ‘se dar bem’ em cima do outro não constrói um lugar melhor para vivermos, que não se deve furar fila, que não se deve jogar lixo na rua, que não se deve roubar copo no bar, que é preciso atravessar na faixa de pedestre! Porque é preciso valorizar a vida, valorizar o trabalho, ver toda a gente vivendo e não sobrevivendo!
Gente, se eu ganhar muito, mas muito $$, eu terei muito, mas muito trabalho! Mas pensando bem, ganhar na Mega Sena não seria suficiente... Se coincidir de, por um acaso, o Congresso e o Senado explodirem (em dia de votação pelo salário deles, para que haja quorum), daí sim, o Brasil poderia começar a ter esperanças de ser um país melhor!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Se eu não liguei...

Já faz tempos que estou pra comentar e esqueço. O fato é que eu queria deixar registrado que se eu não retornei nenhuma ligação recebida enquanto eu estava fora, é pq eu realmente não sei quem me ligou! Alguma coisa aconteceu com meu celular, que ele funcionou mais ou menos assim: alguém ligava para meu número e o meu próprio número encaminhava a ligação para meu aparelho. Uma espécie de siga-me de mim para mim mesma... Sendo assim, o número que aparecia na tela era o meu! E, honestamente, eu sei que eu não me liguei nenhuma vez, até porque eu não larguei de mim mesma nem um minuto. Bom, além disso, nenhuma mensagem ficou registrada no correio de voz. Portanto, recebi dezenas de ligações nessas semanas e não faço idéia de quem as fez! Rogo que compreendam que se eu não retornei, não foi por falta de educação, mas sim por problemas tecnológicos, ok?

terça-feira, 23 de junho de 2009

O nascimento do meu irmão

Ontem foi aniversário do meu irmão... e isso me lembrou como essa coisa de ter um irmão é muito louca! Gente, tem coisas que a gente não conta nem para própria sombra... Mas eu confesso que sou apenas um ser humano comum e cheio de defeitos... E por isso foi tão difícil pra mim qdo, aos 7 anos de idade, quase 8 completos, tive que entender que aquele bebê que preenchia a barriga da minha mãe era de verdade e finalmente iria dar as caras na minha casa, diariamente. Por ele fizemos obras, mudamos a decoração, vimos meus pais nervosos com a bronquite, com o choro... Era um ser tão pequeno mas fez um estrago tão grande com a ordem natural das coisas da casa. E fez uma confusão tão enorme com os meus sentimentos, que eram tão infantis mas ao mesmo tempo já tão cheios de valores. Meus pensamentos desordenados geravam reações controversas. Por vezes pensei que aquele pedaço de gente fosse um monstro diabólico vestido numa capa de bebê... que tinha vindo ao mundo só para me massacrar. Ele era o castigo que eu não merecia! Em diversas ocasiões tive a certeza de que o grande objetivo da vida daquela criança era me roubar os pais e me azucrinar. Mas na mesma madrugada, horas depois de odiá-lo e desejar que ele jamais tivesse existido, minutos depois de amaldiçoar meu pai e minha mãe por terem trazido para casa aquela coisa que na minha mente havia sido trocada na maternidade com meu irmão verdadeiro, nesse mesmo dia, eu passava pelo quarto da criatura para verificar se estava tudo bem e se o pequenino respirava e dormia em paz... Madrugada? É, o pequeno ser trouxe muito sono aos meus pais e muita insônia para mim... Eu, um ser que preza tanto dormir desde sempre, tinha constantes ataques de uma doença que me deixava em estado de vigília por horas, às vezes a noite inteira... E ficava pensando se teriam tubarões, jacarés ou piranhas embaixo da cama do meu irmão... ou se aquela mão que vem de debaixo da terra em filmes de terror, se alguma viria atacá-lo... esses pensamentos medonhos que me perseguiram na infância me arrancavam a paz do repouso inocente e me faziam levantar de tempos em tempos para me certificar da segurança do pedacinho de gente. Claro que todas as vezes tudo estava no lugar (ainda bem!) e não havia mais que pernilongos a lhe atacar a face ou os bracinhos expostos... Mas cada vez que eu ia, pé ante pé, ao seu quarto era uma superação ao medo. Sentimento louco esse que temos pelos irmãos. Um misto de amor e ódio... Mas se mexem com eles, mexem comigo! Hoje amo demais meu irmão e agradeço por tê-lo em minha vida! (Mesmo que ele tenha sido trocado na maternidade ou encontrado no repolho!)

terça-feira, 16 de junho de 2009

"Aproveite bem o seu dia"

" ... Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4.000 metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim. Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada . Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais. Fim. Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje."
  • (autoria: desconheço...)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Diário de Bordo – 14º, 15º e 16º dias: ainda sob o delicioso sol da Toscana

Estou de volta! Escrevi um último texto ainda na viagem, mas não consegui publicar por falta de acesso à internet! Agore segue! Bjos!
Esse lugar é maravilhoso e esqueça tudo o que eu disse sobre comida na Itália ou em São Paulo. Vc até pode encontrar bons restaurantes, boa comida e bom serviço em São Paulo, mas jamais encontrará o mesmo charme, o mesmo prazer e principalmente o mesmo cenário. Tenho jantado no Ristorante da Pode todas as noites desde sábado (exceto segunda-feira, que o restaurante fecha para descanso). Adoraria ter tempo de provar todo o cardápio. O estabelecimento, anexo ao meu hotel e de propriedade do mesmo simpático dono, oferece, sem sombra de dúvidas, a melhor comida italiana que eu já comi. Sério! Eu realmente descobri o melhor da culinária italiana! Com o adicional do belo visual que se curte, principalmente nesta época do ano, qdo se pode jantar ao ar livre, junto ao jardim. O restaurante serve tanto aos hóspedes, qto à qualquer passante que se interesse. E sim, vem gente de toda parte para comer aqui. Ontem eu cheguei de meu passeio na hora do jantar e encontrei o estacionamento abarrotado. Alguns carros estavam estacionados do lado de fora, todos querendo desfrutar da comida e do ambiente. Passei pela recepção e pedi à Laura, a multifuncional e gentil recepcionista do hotel (além de possuidora de um lindo nome), que providenciasse uma mesa para mim no restaurante. Fui para meu quarto me recompor e qdo cheguei o próprio dono me recebeu e me encaminhou para a mais encantadora mesinha, com uma fascinante vista! Ele tinha deixado um papel com meu nome, para me garantir a mesa. (Por aqui tem um milhão de Lauras. Vira e mexe escuto vozes chamando meu nome...) Pedi um bom vinho da região de Chianti (o Chianti Clássico) e degustei a mais saborosa bruschetta da minha vida! Eu me emociono só de lembrar! Como viverei sem ela? Tão perfeita! Sei que tem gente que come pra encher a pança e é isso aí. Mas eu não sou assim... Eu como com prazer! Eu amo comer (quem me conhece sabe bem!). E eu, definitivamente, apurei ainda mais o meu já aguçado paladar depois dessa temporada na Itália! Depois, aceitei uma sugestão da garçonete e comi uma massa deliciosa. Hoje fui dar um passeio e avisei à Laura que iria jantar por volta das 20h. Novamente o dono me recebeu e me encaminhou para minha já reservada e cativa mesa, a garçonete já trouxe o meu vinho e minha água. Além do prato de pães. Eles têm um pão com cebola que é divino! Eles me tratam tão bem que às vezes eu acho que eles pensam que eu sou algum tipo de crítica de hospedagem e gastronomia, que eu estou fazendo algum trabalho de avaliação e divulgação ou sei lá o quê... Eles não sabem nada sobre mim, mas devem me achar bem importante, afinal, uma garota sozinha, tão longe de casa e ainda recebendo ligações e viajando com notebook. Eu devo ser a única hóspede que recebe telefonemas por aqui. Pior, telefonemas meia-noite e meia, sete e meia da manhã... (Né, amor? Hahahahaha...). Bom, eu sou mesmo muito importante! É bom que eles saibam! ;-) Hoje resolvi provar a carne. Pedi um entrecôte com porcini. Mais uma vez o veredicto foi: perfeito! Meu pai teria amado. A carne estava no ponto exato, bem macia e crua por dentro! Esses italianos definitivamente sabem comer! Aqui os bons restaurantes cobram uma taxa que em inglês eles chamam de “cover”, que seria por vc sentar e usar o guardanapo de pano. Em geral isso inclui o serviço (eles não costumam cobrar os 10% como no Brasil) e o cesto de pães. Então, se vc pensar bem, não é nada demais, já que vc está pagando por estar desfrutando de um bom serviço. Lá no Buca Mario, em Florença, a taxa era de € 4,00. Por aqui, como as cidades são menores e mais simples, é mais barato: entre € 2,00 e € 2,50. Nestes últimos dias aproveitei que estava devidamente motorizada e dei umas voltas para conhecer melhor a região da Toscana. Só para esclarecer, a Toscana é uma região da Itália, e fica ao norte de Roma. Florença faz parte da Toscana, mas em geral qdo falamos Toscana, queremos mencionar as cidadezinhas da região. Outras importantes cidades (não diria ‘grandes’ porque nem Roma é grande) desta região são Siena, Pisa, Livorno, Arezzo, entre outras... Dentro mesmo dessa região, existem as províncias. Então Siena, por exemplo, diz-se da cidade de Siena, mas tb é uma província dentro da região da Toscana, que inclui um complexo de vilarejos a quilômetros de distância. Sendo assim, San Gimignano, o lugarejo onde estou, pertence à província de Siena. E o grande charme da Toscana está justamente nesses pequenos povoados. Na província de Siena, boa parte das cidades se desenvolveu em torno de alguma vila medieval, como San Gimignano. Siena tb é assim, só que o entorno, de construções mais modernas, é bem maior que o pequeno centro de origem medieval. Na segunda-feira decidi ir pra Siena, enfim. Aquilo que eu falei sobre estradas bem sinalizadas serve apenas para as principais rodovias. Entre cidadelas, a sinalização não é tão clara assim! Isso fez com que eu acabasse por conhecer dezenas de cidadezinhas que nem estavam nos meus planos originais! Passei por Poggibonsi e fui, propositalmente (e é bom que isto fique claro), para Castellina in Chianti. De lá eu queria ir para Moteriggioni, mas não consegui achar o caminho e decidi ir direto para Siena. Fiquei imaginando como seria o Pedro dirigindo pela Itália... se até eu me perdi, Pedro não conseguiria voltar para o hotel nunca mais, iria dormir no carro, na estrada! (Hahahahaha... Foi mal, amigo, mas juro que pensei em vc... Ainda bem que vc tem a Mi pra te salvar!) Passei por algumas vilas no caminho e de repente as placas de Siena acabaram. Pensei “e agora? Cadê as placas, onde estou, pra onde vou???”... Mas a verdade é que eu já estava em Siena e por isso as placas tinham acabado. Deviam colocar um outdoor a la Barra da Tijuca avisando: “Sorria, vc está em Siena!”. O mais difícil nestas cidades maiores é vc descobrir onde deve (e pode) parar o carro. Vc não conhece nada, não tem um mapa da cidade, não fala italiano... Vá no instinto, siga placas de “centro” e boa sorte. Eu tive boa sorte e parei o carro num estacionamento gratuito (fiquei até desconfiada) ao lado da Fortaleza, bem juntinho ao centro histórico e aos lugares interessantes de Siena. Parei num guichê de informações turísticas e arrumei um mapinha da cidade. Destrinchei a linda cidade, sentei no chão da Piazza del Campo, sob o sol, para tomar um gelato e curtir a primavera, como todos faziam. Mais tarde fui jantar na Taverna del Capitano, outra recomendação do meu amigo Luiz Fernando, o Riba. (Riba, eu gostei. Mas preferi o Buca Mario, sugestão da sua irmã. E gostei ainda mais do Ristorante da Pode, anexo ao meu hotel, em San Gimignano). Na terça-feira resolvi subir pra Pisa. Ainda não tinha decidido o itinerário e isso é o bom de estar de carro e independente. Vc faz o que quiser, na hora que estiver afim. Decidir ir parando em toda cidadezinha que tivesse um nome bonito. Passei por Certaldo (não, esse nome não é bonito) e quis parar em Castelfiorentino (esse eu achei bonito). Passei por Corazzano (bonito) em San Miniato, por Montopoli in Val D’Arno e Cascina. Daí cheguei a Pisa e, mais uma vez por sorte e instinto, parei super bem, próximo ao rio que atravessa a cidade. Dessa vez tive que pagar e aprendi como funciona o esquema de pagamento self-service de estacionamento. Aliás, tudo na Europa é self-service. Fiquei com medo na hora do pedágio. Depois eu conto... Em Pisa fiquei mesmo sem mapa e fui descobrindo tudo sozinha, só com a orientação de um casal que me informou onde ficava a Torre. É mto mais fácil qdo tem o rio pra orientar. Fui até lá, passeando pelo caminho... Pra variar, mtas lojas de grife (é assim em toda Itália!). Eu adoro qualidade, mas sou completamente ignorante nessa coisa de grife. Só mesmo a minha amiga Déia pra me ajudar nesses assuntos! Achei a cidade linda e o que eu mais gostei foi de um parque fofo que tinha perto de uma das pontes, que oferecia lugar pras crianças brincarem e, mais afastado um pouco, uns quiosques com mesas de estudo. Acho que falta isso no Rio. Lugares ao ar livre, com paz e sossego, pra gente estudar, trabalhar ou ler. É ridículo ter que fazer isso dentro de casa numa cidade tão linda, espaçosa e iluminada qto o Rio. Saí de Pisa decidida a ir até o mar. Queria ir para Viareggio, mas não encontrei indicação pra chegar lá... Qdo vi, já estava em Marina de Pisa, uma cidadezinha de praia linda e alegre. Parei pra tomar um gelato e dar umas voltas. O sol estava bem forte e eu estava me odiando por ter saído de calça jeans. Várias pessoas na praia e eu nem tinha levado roupa de banho. Melhor assim, pra não escandalizar a Itália com meu biquíni carioca! De lá dava para ver Livorno. Fui dirigindo pelo litoral até lá. Livorno é uma cidade portuária, mas tb tem seu charme. Dei umas voltas, mas não fiquei por lá. Queria voltar pro jantar! Daí chegou a hora do pedágio. Saí de Livorno por uma estrada principal e passei pelo pedágio. Eu tinha que pegar um bilhete e não entendi nada do que eu tinha que fazer com ele... Mas eu tinha que pegar o papel e a cancela abriria pra eu passar. Segui adiante... Daí eu quis sair desta estrada próximo a Pisa pra seguir por outra estrada menor em direção à Firenze (Florença), senão eu daria a volta ao mundo. Qdo cheguei perto de Pisa, passei por outro pedágio. Aí eu entendi. Eu tinha que inserir o bilhete de saída que eu peguei em Livorno para que eles calculassem o qto eu utilizei da rodovia e qto deveria pagar. Muito justo! Aí vc coloca o dinheiro lá e eles te dão o troco. Tudo máquina. Penso que isso jamais funcionaria no Brasil, pois os pedágios ficariam obstruídos pelos motoristas analfabetos. Fui jantar e depois brinquei com a Lípsia, a pastor alemão dos donos do hotel. Aqui, em Florença, em Roma, em Paris, em Gotemburgo, muita gente tem cachorro. Casais, famílias, idosos, todos andam com seus cachorros por todo canto, pegam o bonde, o metrô, vão ao café, restaurantes, viajam com seus cães. Eu senti mta falta da Sol! Hoje foi meu último dia antes da volta. Decidi não fazer nada e depois descansar! Fiz uma caminhada pelo bosque, sem destino, só pelo prazer de caminhar e admirar as flores da estação. Depois fui curtir a piscina. Aqui as espreguiçadeiras são perfeitas. E ainda têm um guarda sol para proteger o rosto, se vc quiser. Exausta, depois de tanto esforço, à tarde fui tirar um cochilo. Acordei e fui até San Gimignano pra tomar um gelato. Voltei, tomei um banho e fui jantar. Amanhã é dia de enfrentar aeroportos, entregar o carro e voltar pra casa! Afinal, sexta é dia 12 de junho e eu quero estar com meu namorado!

domingo, 7 de junho de 2009

Diário de Bordo – 12º e 13º dias: sob o sol da Toscana

Sábado acordei com alguns desafios. Um era descobrir onde eu pegaria o carro que aluguei pela internet e chegar até lá. Outro era dirigir pelas estradas da Itália e tentar não me perder mto... E outro ainda mais fantástico era definir onde repousaria meu cansado corpo nessas próximas 5 noites que me restam para tirar férias das minhas férias.
Sim, pq é preciso tirar férias das férias, senão vc volta à labuta mais cansada do que saiu... E afinal, as férias até aqui tem sido de muito trabalho (anda pra cá, anda pra lá) e pouco sono.
Além desses desafios, eu ainda me impus uma condição: só sairia de Florença depois de comer no Buca Mario. Sim, pq na sexta tentei ir lá pro almoço e estava fechado (só abre pro almoço nos finais de semana). Depois tentei ir jantar e qdo cheguei, pra variar, já estava fechando! Caramba, em plena sexta feira! Esse pessoal janta com a luz do dia??? (A resposta é: sim!). Todos os restaurantes estavam fechando... Eu acabei indo comer um sanduba num Pub... E depois tomando um gelato. Pubs e gelaterias eram os únicos estabelecimentos abertos às 23h...
Como era sábado, o Buca Mario abriria pro almoço. E eu fui a primeiríssima cliente a chegar! E sim, estava uma delícia e valeu a pena! Na verdade estou descobrindo novos restaurantes e chegando à conclusão que a comida na Itália é divina (e que o italiano come muito, não dá pra acompanhar!). Eu é que andava indo nos lugares errados. Até em São Paulo é preciso saber aonde ir, pq aqui seria diferente?
Bom, depois de me fartar com o almoço e de comer deliciosas sobremesas (valeu pela dica, Riba), eu fui pegar o carro e me aventurar por aí... Então decidi passar alguns dias no country side da Itália, mais precisamente sob o sol da Toscana!
Meu carro é um Punto, delicioso de dirigir e completíssimo (pq o completo é básico na Europa), 4 portas e etc, etc... (mas ainda não descobri que combustível está bebendo e como me sairei no posto self-service...) e comprei um mapa da região. Decidi seguir para San Gimignano, que é patrimônio cultural e natural registrado pela Unesco. É um lugar bonito, cheio de castelos e torres altíssimas, uma cidade medieval, cercada de muros... Tem até um museu de tortura medieval, que mostra alguns instrumentos e técnicas de tortura e execução. Eu não tive coragem de entrar, ainda mais estando sozinha. Fico mto impressionada e depois não consigo dormir!
Eu não costumo estudar o lugar antes de ir. Simpatizo e vou... Aí depois vou descobrindo que o lugar era mega famoso por não sei o que, não sei quando... Como a tal Ponte Vecchio em Florença... Eu já tinha ouvido falar dessa ponte, mas nem lembrava que era em Florença. Mas tá lá... eu vi! Pronto. Agora já sei. (Espero que meu pai não esteja lendo isso... Pai, eu não sou inculta... só não tenho muita memória, poxa!)
As estradas aqui são maravilhosas e mega hiper bem sinalizadas, de modo que eu consegui sair de Florença e chegar a San Gimignano sem me perder uma única vez! Perfeito! Passeei um pouco por lá, fiz algumas besteiras como entrar com o carro no centro histórico (não podia, o acesso era restrito só a moradores, polícia, etc – Laura Bahia, não me mate por isso!), fazer contramão e estacionar num local proibido. Hahahahaha... coisa pouca... (Já imagino meu irmão me sacaneando... mas como eu ia saber? Não entendo tanto assim de italiano!)
Daí uma simpática moradora me avisou que eu seria multada e me explicou as restrições de tráfego no local. Ok... Parei o carro longe pacas, larguei tudo lá e fui fazer o que faço mto bem: andar e desvendar as cidades! Alguns restaurantes, mtas gelaterias, lojinhas, museus... Primeira tarefa: descobrir os horários para almoço e jantar. Algo mais ou menos assim: almoço de 12h às 14h e jantar de 19h às 22h. Horário de criança, mas é pegar ou largar!
Já eram 17h e eu tinha visitado dois hotéis dentro da vila, mais ainda estava indecisa... Eles não tinham garagem, eu teria que deixar o carro em algum parking fora do centro e ainda pagar por isso... Ah, muito chato! Resolvi visitar mais dois hotéis do lado de fora, meio do mato mesmo... Foi aí a única hora que me perdi, pois entre as pequenas vilas as estradas são menores e a sinalização mais precária... Mas eu logo percebi que estava no caminho errado e voltei. Consegui chegar e gostei mto do primeiro hotel. Gostei ainda mais do segundo. E fiquei!
Os preços de todos os hotéis onde tenho me hospedado estão acima do que eu havia planejado. Um dos motivos é que mesmo sendo só uma pessoa, eu não pago a metade do preço. Além do mais, sou mesmo exigente. Afinal de contas, estou de férias ou em acampamento militar? Em compensação, tenho gastado menos com comida e com transporte (só ando a pé!) do que eu calculei. Uma coisa compensa um pouco a outra... Mas viajar é como fazer obra; a gente faz um orçamento e acaba gastando mto mais.
Estou adorando o meu novo pouso! O quarto é super bonito, moderno e ao mesmo tempo aconchegante, tem uma varandinha com jardim e mesinha, no hotel tem piscina e em volta mto verde. E dá pra ir a pé, por um caminho no bosque, para San Gimignano. São uns 2 km só...
Aqui mesmo tem tb um restaurante maravilhoso, que vale muito a pena conhecer: Ristorante da Pode. Os vinhos são da região, deliciosos e baratos. Abri uma garrafa ontem e o que sobrou ficou lá guardado com o nr do meu quarto para eu terminar hj. Tenho ido jantar em plena luz do dia, para não passar fome depois, já que tudo fecha e acho mais difícil encontrar um pub por aqui! Todos me tratam mto bem e ainda não viram a cor do meu dinheiro (ou do meu cartão de crédito). Ainda me deram um bom desconto!
Hj amanheceu chovendo, mas logo depois do riquíssimo café, o sol voltou a brilhar. O café da manhã é algo a ser comentado. O queijo mais simples que tinha era um brie. Os frios eram diversos: copa, parma, presunto defumado, salames... E ainda tinha tb knäckebröd, vindo diretamente da Suécia para meu deleite!
Fui passear no bosque e na vila, almocei por lá, com uma taça de vinho rosé, comi um doce chamado ossi di morto (tem esse nome estranho, mas era gostoso) e voltei só no fim da tarde. E dei uma dormidinha... Ahhh, isso é que é vida!
Para quem estiver pensando em casar ou fazer uma 2ª (ou 3ª ou 4ª) lua de mel, a Toscana é uma boa opção, principalmente nessa época do ano! Paris e Roma são cidades maravilhosas, mas te exigem muito esforço. Têm mil atrações para vc ir e curtir ou ao menos conhecer. Mas a Toscana... Ah, a Toscana é admiração! Olhar o verde, a lua cheia... Pode-se pegar uma bike, fazer passeio a cavalo, ir até alguma vila, visitar uma vinícola. Mas tb pode-se não fazer nada!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Diário de Bordo – 10º e 11º dias: na movimentada Florença

Na minha última manhã em Roma, faço meu check out e vou ao Termini comprar uma passagem de trem para Florença. Existem várias opções e preços, que aumentam conforme diminui o tempo de viagem. Compro o mais rápido, minha viagem durará 1h37 (ainda estou traumatizada com o vôo Paris - Roma). Almoço lá mesmo, no Termini, um típico almoço italiano: insalata, 1º piatto, 2º piatto... E depois parto para Florença. A viagem de trem é tranqüila e o caminho é bem bonito. Chego a Florença e descubro que a cidade não é nada parecida com o que eu imaginava. Florença é bonita, suas ruas mais estreitas são perfeitas para as longas caminhadas de todos os moradores e turistas (apesar dos carros se meterem em qualquer viela)... Tb é muito fácil percorrer Florença de bicicleta ou scooter. A cidade tem vários charmosos ristorantes, gelaterias, cafés e irish pubs. Mas eu imaginava uma Florença mais florida e mais pacata. Acho que a verdade é que depois de Roma, vc se torna mais exigente. Roma é linda demais! Roma é alegre demais! Roma está perto da perfeição! Tudo que eu falei sobre os italianos, esqueça! Substitua a palavra ‘italianos’ pela palavra ‘romanos’. Florença é bonita e tem seu charme. Mas Roma é mais! Florença tem o ar de uma cidade cosmopolita em pleno vapor, enquanto Roma vive em clima de férias a qq dia! Isso me espanta, uma vez que Florença é uma cidade menor e Roma é a capital da Itália. Mas é uma questão de povo. E faz muita diferença! Florença é pequena, tudo é perto e eu me sinto mais segura andando aqui à noite... Em Roma, por incrível que pareça, eu vi um monte de gente dormindo no chão embaixo de uma marquise de um prédio perto do Termini. Me lembrou a Candelária! Aqui em Florença, eu vi mtos camelôs e às vezes eles precisam correr da polícia, igualzinho ao centro do Rio, qdo a Guarda Municipal resolve dar uma dura. A Itália em geral tem uma grande diferença da França. Além, é claro, das pessoas serem bem mais simpáticas aqui (especialmente em Roma!) e dos preços serem menores, o que eu mais notei é que a Itália mantém suas construções antigas por fora, mas as modernizam por dentro, principalmente no que se refere aos banheiros. Ainda não vi nenhum banheiro ruim ou velho ou sujo na Itália. Todos têm, inclusive, aquela descarga ecológica que encontrei na Suécia. Já em Paris, tudo é do jeito que está e vc ainda paga caro por isso! Bom, cheguei ontem aqui por volta das 16h, o que significava que eu ainda teria muitas horas de sol para passear pela cidade. Fui para o hotel que a Miyhuki me indicou e gostei mto do meu simpático quarto. Deixei minhas coisas e fui fazer o que eu mais faço neste Velho Mundo: andar! Mais uma vez ganhei um mapinha e não largo dele. Os mapas sempre ajudam mto, mas nem sempre são precisos. Eu já fui a vários lugares e andei em várias ruas que não estão no mapa! Mas felizmente tenho conseguido voltar pra casa... digo, hotel. Passei pela Capelle Medicee, fui até a Piazza Duomo e depois fui ao Museu onde está o David de Michelangelo. Saí de lá quase tão ignorante qto entrei, para o desgosto de minha mãe... Mas é que eu realmente já não possuo memória suficiente para as coisas importantes da minha vida, que dirá para lembrar quem fez o que e qdo em termos de arte... Até aprendi um novo nome de artista: Giambologna... ou algo assim. Já é alguma coisa... Mas pra mim, a melhor artista do mundo é minha mãe! Então adoro Rodin, achei linda a obra do Michelangelo, mas o que eu sei, eu sei, o que eu não sei, eu não sei e é isso aí. Ponto! Não vou bancar uma de super cult... Saí da exposição e passei pela Piazza dell’ Indipendenza. Esse final de semana será de eleições na Itália. Em Roma nem se percebia isso. Mas aqui em Florença percebe-se o movimento político e a poluição visual dos cartazes... Tomei um gelato delicioso com chantili e fui passar o resto da tarde no parque próximo à ex Fortezza da Basso. À noite fui procurar algum lugar pra comer. Eu sempre saio tarde pq perco a hora com essa estória de o sol se pôr às 21h! Aí todos os restaurantes já estão fechando... Mas encontrei uma pizzaria aberta, onde jantei. E depois dei umas voltas, vi a tal da Ponte Vecchio onde mora gente e bebi uma Guiness preta num pub (argh, parecia café amargo!). Hj fui à Piazza Signoria, voltei à Ponte Vecchio, acima do Fiume Arno (o rio), onde vc encontra dezenas de lojas de jóias, e fui à Piazza de Pitti. Daí sentei pra comer umas pizzas. Meu irmão tinha me dito para mergulhar nos pães com frios aqui na Itália. Mas eu acho que ou eles precisam aprender a fazer sanduíche com meu pai ou a crise afetou os sanduíches italianos, pois os vejo sempre com muito pão e quase nenhum recheio... E eu juro que tenho procurado muito! Sendo assim, se vc vier pra cá em tempos de crise e não estiver afim de comer pão com ‘epa’, sugiro trocar o sanduíche de frios por uma pizza vegetariana, bem recheadinha e saborosa! Depois de forrar o estômago, fui ao Giardino di Boboli, onde passei horas e horas passeando e admirando os jardins, fontes e esculturas. Pra mim, esse foi o ponto alto de Florença! Voltei tão cansada que cochilei! Agora a noite vou sair para tentar jantar no Buca Mario, um restaurante que meu amigo Luiz Fernando (tb conhecido por Riba) me recomendou... E preciso ir a um cyber café, pois a internet do hotel não está funcionando e eu ainda não tenho destino certo para amanhã! Mais uma vez no risco de ficar senzatetto! Bjos!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Diário de Bordo – 8º e 9º dias: na divina e divertida Roma

Já é quase meia noite de segunda feira e só encontro uma espécie de taberna aberta, freqüentada por homens sozinhos, alguns bêbados. A princípio eu nem percebo isso, peço muita comida e me sento. O atendente não pára de falar, mesmo que eu nem o entenda o que ele diz. Ele não se importa. Peço que ele tire uma foto minha com minha primeira refeição romana e ele pede pra tirar foto comigo. Eu acho graça... mas esse é só o primeiro italiano galanteador com quem esbarro. Depois dele, virão outros tantos, um em cada esquina! A vida para eles é uma grande festa! No dia seguinte acordo sem nenhum plano, apenas munida do meu mapa e de minha câmera, decidida a desvendar a cidade. Entre o café e o almoço eu percorri, facilmente, a pé, um terço de Roma! Atravessei o Termini, fui a Piazza Santa Maria Maggiore, Piazza San Giovanni Laterano e de lá andei até o Colosseo. Eu me deliciei com Roma. A mistura de prédios e árvores, de ruínas e colossais monumentos me fascina! Impossível descrever Roma. Roma não cabe em palavras! Impossível mostrar Roma. Roma não cabe em fotos! É preciso estar em Roma! E é impossível andar em Roma sem se emocionar! Passei pelo Arco di Constanino, pelo Palatino, pelo Circo Massimo e fui até o Fiume Tevere (o rio), ver Isola Tiberina (a ilha). Tomei um gelato de chocolate e fui para a Área Sacra. Parei para almoçar, um rigatone a la matriciana, servido numa crosta de parmesão. Segui para o Pantheon. Passei pelo Tempio Adriano, Piazza de Montecitorio e fui para a deslumbrante Fontana di Trevi. Hoje é feriado nacional em Roma e os pontos turísticos estão lotados. Não fico mto e de lá andei até o Quirinale, que é a moradia do presidente da república e é um lugar maravilhoso. Fui para a Via della Quattro Fontane e terminei o circuito na Piazza della Repúbblica. Em um dia percorri praticamente metade de Roma. Cheguei no hotel às 22h, tomei um banho e fui jantar num típico restaurante italiano. Depois do jantar, peguei um táxi e voltei para a Fontana di Trevi, ainda mais linda à noite! Fiz meu desejo e joguei minha moeda. Aqui é raro encontrar um italiano que fale bem inglês. Será mais fácil se vc conversar com eles em francês. Se vc não arranhar nada de francês, tente o espanhol ou até mesmo o português. Eles te responderão em italiano, mas farão todo o esforço do mundo pra te entender e te atender! É um prazer para eles! Eles se interessam por vc, como crianças curiosas. Querem saber de onde é, qdo chegou, qto tempo vai ficar, pq veio, o que faz, se torce para o Flamengo... Eles te perguntam tudo, querem saber! Eles ficam felizes em te contar as estórias de Roma, em te mostrar os lugares, te indicar o melhor capuccino, o melhor gelato... Te perguntam se vc jogou uma moeda na Fontana di Trevi, pois isso te fará retornar a Roma. Eles se orgulham de serem romanos! No meu 9º dia de viagem acordei com a missão de percorrer a outra metade de Roma, sendo parte no outro lado do rio. Fui até o Palazzo Magherita e depois passeei pelo jardim da Villa Medici. De lá passei pela Piazza del Popolo e atravessei a ponte para ir ao Vaticano, que era justamente o local mais distante que eu iria. Apesar de ser uma católica não praticante e de na verdade nem simpatizar com a igreja, achei que não deveria vir a Roma e não conhecer o Vaticano. Realmente é bonito e grandioso. Para se chegar à famosa Capela Sistina vc tem que andar por mil outras salas, ver exposições de todo tipo de pintura, escultura, utensílios, móveis... e sempre seguindo as placas: ‘Capela Sistina’. Qdo vc pensa que está chegando, descobre que ainda vai passar por mais uma dezena de salas. Vc sobe, vc desce, faz todo um circuito montado para transformar a Capela Sistina em um grande mistério, quase uma lenda! Nesse caminho vc vê uma centena de tetos lindamente pintados e trabalhados e pensa: cheguei! Mas não chegou... Qdo vc finalmente desiste de encontrar a tal da Capela, qdo pensa que já viu tudo e que ela nem existe, vc chega lá. Sinceramente, depois de tanta expectativa, vc percebe que a Capela Sistina não é assim tão diferente das outras salas por onde passou. Nem achei o teto o mais bonito. Mas enfim, eu tinha que ver pra saber... De lá vi a entrada para a cidade do Vaticano e mais parece uma vila militar. Super grandiosa e protegida por dentro, cheia de pobres esmolando de fora. Esse é o retrato da Igreja. Que me perdoem meus amigos católicos fervorosos, mas isso não é uma opinião, é uma constatação. Fui para a Basílica S. Pietro e uma fila dava volta em toda a piazza. Passeei até o Castel Sant’Angelo, atravessei a ponte de volta e vi o Palazzo di Giustizia. Andei até o Ara Pacis, uma espécie de MAM romano, e depois passei ao lado do Mausoleo Augusto. Parei para um sanduíche e um capuccino e voltei para a Piazza del Popolo, dessa vez com mais calma. Fui até Trinità di Monti e passeei nas ruas mais chiques de Roma, onde todas as marcas mais famosas do mundo podem ser encontradas. Yves Saint Laurent, Prada, Gucci, Dior, Fendi... Dolce & Gabana, Ferrari. Entrei no café onde os mais famosos escritores do mundo escreveram suas obras. Andei até a Fontana del Tritone, voltei à Piazza della Repubblica e comi uma pizza. Reparem que eu não falei mto da comida, como costumo fazer. Já tinham me dito: se queres comer bem uma boa comida italiana, vá a São Paulo. E eu confirmo, agora com conhecimento de causa. A comida aqui é boa, é claro! Mas em São Paulo é melhor! Bom, até aqui o ‘post’ era pra todos. Deste ponto em diante, segue comentários que só interessam às meninas. Meninos, por favor, queiram parar de ler! Bjos pros meninos! Tchau, saiam daqui! Arrivederci!
  • Meninas, agora é só entre nós! (Rodrigo, sai daqui!!! Vc é menino, tinha que ter parado lá em cima!!!). Voltando... Meninas, não dá pra vir pra Itália e não falar dos italianos pra vcs! É como se os meninos fossem pra Suécia e não comentassem sobre as suecas! Não existe! Bom, eu já conhecia a fama dos italianos, mas só estando aqui para acreditar e ainda assim se surpreender com esse jeito de ser. Eles não têm o menor pudor, falam mesmo o que querem, mesmo que vc nem esteja notando sua presença! Eles são como cachorros de rua: vc trata mal e eles continuam te tratando bem. Por isso, é impossível ser antipática com os italianos. Eles chegam a ser engraçados! Se vc não está interessada, diga um não firme, mas com um sorriso, e agradeça. Eles não se ofenderão e acharão só que vc é tímida (afinal, que outro motivo poderia fazê-la resistir ao charme deles?). Agora, se vc estiver solteira e afim de conhecer alguém novo, seu lugar é na Itália! Mas antes se despeça de seus pais e amigos, pois é muito provável que vc não volte mais! Em todo canto que vc vai, algum italiano vai te abordar. Vc vai receber bilhetinhos, ofertas de carona em suas scooters, abordagens no meio da rua, os italianos te oferecerão massagem se vc estiver mancando de tanto andar, enfim, inventarão de tudo pra chegar perto de vc. Se vc pede uma informação de como chegar a algum lugar pra um italiano, todos os outros cinco que estiverem por perto vão se aproximar para te responder... Parece que eles são graduados e pós-graduados em cortejar uma mulher. Agora, se vc está solteira mas não quer conhecer ng ou se está comprometida como eu, terá que ter mto jogo de cintura pra saber levar os italianos numa boa. Se vc não souber levá-los, não venha pra Itália! Ou venha acompanhada de seu marido ou namorado, como eu gostaria de ter vindo! A viagem está sendo maravilhosa, mas ter quem vc ama ao seu lado faz tudo ser ainda melhor!

Diário de Bordo – 7º dia: a caótica viagem Paris-Roma

Paris é uma cidade que, definitivamente, combina comigo! Se vc passar em frente a um Café às 11h de uma segunda-feira, encontrará mtas pessoas com cara de quem acabou de acordar, fazendo fila pra comprar o pão. Os sinos badalarão meio-dia e o movimento só aumenta. Mas ninguém veio almoçar. Todos sentam nas charmosas mesinhas da calçada para tomar café e comer um croissant ou uma baguete. A segunda-feira tem cara de domingo, mas os turistas são substituídos pelos parisienses, com suas crianças e seus cachorros. Se, depois do café, vc quiser fazer um passeio mais longo e não estiver afim de enfrentar o movimentado metrô, vc pode optar pela bicicleta. As bicicletas podem ser alugadas em diversos pontos da cidade, numa espécie de bicicletário público. Vc passa um cartão magnético, previamente comprado em algum posto de venda, e pega uma bicicleta, podendo devolvê-la em qq outro bicicletário da cidade. Bom, depois de passar uma agradável manhã me perdendo pelas ruas de Paris e de tomar um café na mesinha da calçada, decidi que já era hora de partir. Voltei para o flat para pegar minhas coisas e para minha sorte um homem gentil, que estava trabalhando numa pequena obra no apartamento da frente, desceu minha bagagem pelos 4 lances de escada e ainda sorriu! Agora começa a parte ruim deste relato. E se vc não estiver disposto a ler sobre minhas lamúrias, pare por aqui...
  • Tirando a agradável manhã em Paris, o resto do dia foi um completo desastre! Foi, sem dúvida, o pior dia de minha viagem. Um dia para ser esquecido! Às 12h45 eu estava pronta na porta do prédio, apenas esperando o táxi, que só chegou as 13h15. Pedi que me levasse a Gare du Nord e ele pareceu desapontado, pois, vendo minha bagagem, deve ter imaginado que me levaria até o aeroporto. Não sei se de propósito ou se ele era devagar assim mesmo, mas sei que ele demorou um bocado e pareceu me enrolar um pouco. Eu já estava ficando impaciente qdo finalmente chegamos à estação. Lá dentro estava uma bagunça e parecia que ninguém sabia de nada, nenhum elevador funcionava e as escadas rolantes não rolavam. Apesar de perdida, eu ainda fui abordada por uma menina francesa, que me pediu informações em claro e bom francês. Isso me espanta um pouco, mas é bom saber que eu não tenho cara de turista songa-monga, mas sim que eu parecia uma francesa dona da situação! Lá em Gotemburgo tb aconteceu o mesmo, numa estação do bonde. Um lindo e loiro sueco veio me perguntar pra onde ia o bonde que chegara. Ok, nessas horas é muito bom saber falar: “Je suis desoleé, mais je ne sais pas” ou “Förlåt mig, men jag vet inte”, que quer dizer simplesmente: não faço a menor idéia, amigo! Estou tão perdida qto vc! Bom, depois de algumas voltas e de encontrar um elevador que subia e descia tão lentamente que irritava, finalmente encontrei o embarque para o RER linha B, que ia para CDG. Foi o primeiro trem que chegou e ainda por cima descobri que iria non-stop. Daí pensei: “Oh, como sou abençoada! Papai do céu protege os bêbados, as criancinhas e as pessoas perdidas na Gare Du Nord!”. Cheguei sã e salva ao caótico aeroporto CDG, o pesadelo de todo passageiro. (Aí vai uma dica: FUJA do CDG, sempre que for possível, em suas viagens com conexão na Europa! FUJA!!!). Me informaram que meu vôo para Roma, pela Air France, seria pelo Terminal 2A. Andei, andei e andei e finalmente, depois de atravessar metade do CDG, cheguei ao 2A. Eis que, uma vez no 2A, descubro que o vôo não saía de lá, mas sim do 2F. Inacreditável! Não daria tempo! Pergunto se haveria taxi para o 2F e a moça me diz que não, somente caminhando! Corro com minha bagagem feito uma maluca pelo infernal CDG, voltando todo o caminho que eu tinha feito e andando mais um pouco. Encontro filas para as escadas rolantes, tudo é uma grande confusão. Corro para um elevador que já estava lotado e me encaixo mesmo assim. Chego ao 2F e vejo uma multidão tentando fazer check in nos terminais e guichês. Atravesso por entre as pessoas, passo a frente de todos, passo por baixo das faixas e me enfio, como uma louca, na frente de um guichê avisando, em tom desesperado, que estou no vôo pra Roma de 15h25! Eram 15h05! Uma moça me atende gentilmente e tenta me colocar no vôo. Mas tem algo no ar, dizem que os vôos estavam atrasados, dizem que haviam deixado uma bagagem em terra, dizem coisas desconectas e sem sentido... e dizem que me encaixarão, sem problemas e sem ônus, no próximo vôo. Ufa! Fico triste, pq me planejei, fiquei pronta cedo e corri tanto para pegar esse vôo... Mas fico feliz, pois jurava que tinha comprado uma daquelas passagens non-refundable, que não se pode mudar sem pagar uma bela tarifa. Depois disso, enfrentei ainda 1km de fila para o embarque, pessoas tinham que tirar até os sapatos para passar pelo controle... Chamaram meu novo vôo e pensei que finalmente sentaria no avião. Ledo engano. Primeiro anda-se em um túnel, depois se desce uma escada, depois se pega um ônibus! Eu não sei pq cargas d’água um aeroporto tão grande qto o CDG não tem fingers grandes o suficiente para desembocarem direto no avião! Bendito Galeão!!! Estou me apaixonando pelo nosso maravilhoso Galeão! Daí o motorista do ônibus e sua ajudante parecem estar no seu primeiro dia de trabalho. Não sabem pra onde ir, vão pra frente, vão pra trás... E eu balançando e enjoando... Depois de muita espera resolveram abrir as portas e fomos andando para o avião... Isso é ridículo! Eu ODEIO o CDG, com todas as minhas forças! E essa já foi minha terceira infeliz experiência neste aeroporto em apenas 7 dias! O pior é que sei que ainda terei que retornar mais uma quarta vez antes de voltar ao Rio. Enfim, depois de todas estas desventuras, finalmente entro no avião. Mais alguns momentos de demora (ahhhhhhhhhhh!) e decolamos. Chegamos bem em Roma e eu fico feliz em perceber que o Fiumicino é bem diferente do CDG. É um pequenino aeroporto, mto bem sinalizado. Facilmente pego minha bagagem e encontro o trem para o Termini, a principal estação de Roma. Pra minha sorte, pego novamente um trem non-stop. O Termini, uma estação limpa, bonita, com lojas e lanchonetes, tb nada tem a ver com a confusa e suja Gare du Nord. O hotel fica a pé da estação. É facílimo andar por aqui com minha bagagem de rodinhas. É facílimo pedir informações, todos querem ajudar! E, finalmente, chego ao hotel. O hotel fica no 3º andar de um prédio (aqui tem disso, prédios com vários hotéis, um em cada andar) e o elevador é de ferro, daqueles de filme de suspense. Mas tanto faz, pq não está mesmo funcionando e eu estou cansada e com vontade de chorar. Constato que levei cerca de 9 horas no percurso porta a porta, do flat em Paris até meu hotel em Roma! O que é um absurdo, considerando que fiz um vôo de 2 horas. Talvez fosse mais rápido vir de bicicleta! O funcionário do hotel me vê pela câmera de vídeo e vem me receber e pegar minhas coisas. Definitivamente eu saí da França e cheguei à Itália! Lorenzo me explica tudo do hotel, me dá dicas de restaurante, me dá um belo mapa turístico, que se tornará meu amigo inseparável e me conta que caiu um avião da Air France. Agora entendo pq a Manuzinha me ligou perguntando de meus pais... Agora entendo pq o CDG estava mais caótico do que normalmente já é... Agora entendo pq este foi um dia tão horrível... Fico chocada, fico com medo! Poderia ter sido meu vôo, poderia ter sido dos meus pais... A vida é frágil e eu estou sozinha em um país que não conheço... Não tenho ng aqui! Fico triste! Fico ainda mais triste qdo descubro, lendo os meus emails, que o pai de uma amiga estava no vôo. Isso prova o qto somos vulneráveis e impotentes. E não há nada que se possa fazer... Recebo minha chave e me deparo com um jeitoso quarto, com um banheiro bem moderninho. Neste quesito, Roma é bem mais evoluída que Paris, que ainda mantém suas velhas instalações. Mas o quarto é tão pequeno que acredito que seja menor que meu quarto de empregada... E não condiz como o preço grande que estou pagando. Digo a Lorenzo que quero trocar de quarto para um maior, aviso que ficarei deprimida se não trocar. Ele me atende. Rezo para que amanhã seja um novo dia e saio para comer.