sexta-feira, 12 de junho de 2009

Diário de Bordo – 14º, 15º e 16º dias: ainda sob o delicioso sol da Toscana

Estou de volta! Escrevi um último texto ainda na viagem, mas não consegui publicar por falta de acesso à internet! Agore segue! Bjos!
Esse lugar é maravilhoso e esqueça tudo o que eu disse sobre comida na Itália ou em São Paulo. Vc até pode encontrar bons restaurantes, boa comida e bom serviço em São Paulo, mas jamais encontrará o mesmo charme, o mesmo prazer e principalmente o mesmo cenário. Tenho jantado no Ristorante da Pode todas as noites desde sábado (exceto segunda-feira, que o restaurante fecha para descanso). Adoraria ter tempo de provar todo o cardápio. O estabelecimento, anexo ao meu hotel e de propriedade do mesmo simpático dono, oferece, sem sombra de dúvidas, a melhor comida italiana que eu já comi. Sério! Eu realmente descobri o melhor da culinária italiana! Com o adicional do belo visual que se curte, principalmente nesta época do ano, qdo se pode jantar ao ar livre, junto ao jardim. O restaurante serve tanto aos hóspedes, qto à qualquer passante que se interesse. E sim, vem gente de toda parte para comer aqui. Ontem eu cheguei de meu passeio na hora do jantar e encontrei o estacionamento abarrotado. Alguns carros estavam estacionados do lado de fora, todos querendo desfrutar da comida e do ambiente. Passei pela recepção e pedi à Laura, a multifuncional e gentil recepcionista do hotel (além de possuidora de um lindo nome), que providenciasse uma mesa para mim no restaurante. Fui para meu quarto me recompor e qdo cheguei o próprio dono me recebeu e me encaminhou para a mais encantadora mesinha, com uma fascinante vista! Ele tinha deixado um papel com meu nome, para me garantir a mesa. (Por aqui tem um milhão de Lauras. Vira e mexe escuto vozes chamando meu nome...) Pedi um bom vinho da região de Chianti (o Chianti Clássico) e degustei a mais saborosa bruschetta da minha vida! Eu me emociono só de lembrar! Como viverei sem ela? Tão perfeita! Sei que tem gente que come pra encher a pança e é isso aí. Mas eu não sou assim... Eu como com prazer! Eu amo comer (quem me conhece sabe bem!). E eu, definitivamente, apurei ainda mais o meu já aguçado paladar depois dessa temporada na Itália! Depois, aceitei uma sugestão da garçonete e comi uma massa deliciosa. Hoje fui dar um passeio e avisei à Laura que iria jantar por volta das 20h. Novamente o dono me recebeu e me encaminhou para minha já reservada e cativa mesa, a garçonete já trouxe o meu vinho e minha água. Além do prato de pães. Eles têm um pão com cebola que é divino! Eles me tratam tão bem que às vezes eu acho que eles pensam que eu sou algum tipo de crítica de hospedagem e gastronomia, que eu estou fazendo algum trabalho de avaliação e divulgação ou sei lá o quê... Eles não sabem nada sobre mim, mas devem me achar bem importante, afinal, uma garota sozinha, tão longe de casa e ainda recebendo ligações e viajando com notebook. Eu devo ser a única hóspede que recebe telefonemas por aqui. Pior, telefonemas meia-noite e meia, sete e meia da manhã... (Né, amor? Hahahahaha...). Bom, eu sou mesmo muito importante! É bom que eles saibam! ;-) Hoje resolvi provar a carne. Pedi um entrecôte com porcini. Mais uma vez o veredicto foi: perfeito! Meu pai teria amado. A carne estava no ponto exato, bem macia e crua por dentro! Esses italianos definitivamente sabem comer! Aqui os bons restaurantes cobram uma taxa que em inglês eles chamam de “cover”, que seria por vc sentar e usar o guardanapo de pano. Em geral isso inclui o serviço (eles não costumam cobrar os 10% como no Brasil) e o cesto de pães. Então, se vc pensar bem, não é nada demais, já que vc está pagando por estar desfrutando de um bom serviço. Lá no Buca Mario, em Florença, a taxa era de € 4,00. Por aqui, como as cidades são menores e mais simples, é mais barato: entre € 2,00 e € 2,50. Nestes últimos dias aproveitei que estava devidamente motorizada e dei umas voltas para conhecer melhor a região da Toscana. Só para esclarecer, a Toscana é uma região da Itália, e fica ao norte de Roma. Florença faz parte da Toscana, mas em geral qdo falamos Toscana, queremos mencionar as cidadezinhas da região. Outras importantes cidades (não diria ‘grandes’ porque nem Roma é grande) desta região são Siena, Pisa, Livorno, Arezzo, entre outras... Dentro mesmo dessa região, existem as províncias. Então Siena, por exemplo, diz-se da cidade de Siena, mas tb é uma província dentro da região da Toscana, que inclui um complexo de vilarejos a quilômetros de distância. Sendo assim, San Gimignano, o lugarejo onde estou, pertence à província de Siena. E o grande charme da Toscana está justamente nesses pequenos povoados. Na província de Siena, boa parte das cidades se desenvolveu em torno de alguma vila medieval, como San Gimignano. Siena tb é assim, só que o entorno, de construções mais modernas, é bem maior que o pequeno centro de origem medieval. Na segunda-feira decidi ir pra Siena, enfim. Aquilo que eu falei sobre estradas bem sinalizadas serve apenas para as principais rodovias. Entre cidadelas, a sinalização não é tão clara assim! Isso fez com que eu acabasse por conhecer dezenas de cidadezinhas que nem estavam nos meus planos originais! Passei por Poggibonsi e fui, propositalmente (e é bom que isto fique claro), para Castellina in Chianti. De lá eu queria ir para Moteriggioni, mas não consegui achar o caminho e decidi ir direto para Siena. Fiquei imaginando como seria o Pedro dirigindo pela Itália... se até eu me perdi, Pedro não conseguiria voltar para o hotel nunca mais, iria dormir no carro, na estrada! (Hahahahaha... Foi mal, amigo, mas juro que pensei em vc... Ainda bem que vc tem a Mi pra te salvar!) Passei por algumas vilas no caminho e de repente as placas de Siena acabaram. Pensei “e agora? Cadê as placas, onde estou, pra onde vou???”... Mas a verdade é que eu já estava em Siena e por isso as placas tinham acabado. Deviam colocar um outdoor a la Barra da Tijuca avisando: “Sorria, vc está em Siena!”. O mais difícil nestas cidades maiores é vc descobrir onde deve (e pode) parar o carro. Vc não conhece nada, não tem um mapa da cidade, não fala italiano... Vá no instinto, siga placas de “centro” e boa sorte. Eu tive boa sorte e parei o carro num estacionamento gratuito (fiquei até desconfiada) ao lado da Fortaleza, bem juntinho ao centro histórico e aos lugares interessantes de Siena. Parei num guichê de informações turísticas e arrumei um mapinha da cidade. Destrinchei a linda cidade, sentei no chão da Piazza del Campo, sob o sol, para tomar um gelato e curtir a primavera, como todos faziam. Mais tarde fui jantar na Taverna del Capitano, outra recomendação do meu amigo Luiz Fernando, o Riba. (Riba, eu gostei. Mas preferi o Buca Mario, sugestão da sua irmã. E gostei ainda mais do Ristorante da Pode, anexo ao meu hotel, em San Gimignano). Na terça-feira resolvi subir pra Pisa. Ainda não tinha decidido o itinerário e isso é o bom de estar de carro e independente. Vc faz o que quiser, na hora que estiver afim. Decidir ir parando em toda cidadezinha que tivesse um nome bonito. Passei por Certaldo (não, esse nome não é bonito) e quis parar em Castelfiorentino (esse eu achei bonito). Passei por Corazzano (bonito) em San Miniato, por Montopoli in Val D’Arno e Cascina. Daí cheguei a Pisa e, mais uma vez por sorte e instinto, parei super bem, próximo ao rio que atravessa a cidade. Dessa vez tive que pagar e aprendi como funciona o esquema de pagamento self-service de estacionamento. Aliás, tudo na Europa é self-service. Fiquei com medo na hora do pedágio. Depois eu conto... Em Pisa fiquei mesmo sem mapa e fui descobrindo tudo sozinha, só com a orientação de um casal que me informou onde ficava a Torre. É mto mais fácil qdo tem o rio pra orientar. Fui até lá, passeando pelo caminho... Pra variar, mtas lojas de grife (é assim em toda Itália!). Eu adoro qualidade, mas sou completamente ignorante nessa coisa de grife. Só mesmo a minha amiga Déia pra me ajudar nesses assuntos! Achei a cidade linda e o que eu mais gostei foi de um parque fofo que tinha perto de uma das pontes, que oferecia lugar pras crianças brincarem e, mais afastado um pouco, uns quiosques com mesas de estudo. Acho que falta isso no Rio. Lugares ao ar livre, com paz e sossego, pra gente estudar, trabalhar ou ler. É ridículo ter que fazer isso dentro de casa numa cidade tão linda, espaçosa e iluminada qto o Rio. Saí de Pisa decidida a ir até o mar. Queria ir para Viareggio, mas não encontrei indicação pra chegar lá... Qdo vi, já estava em Marina de Pisa, uma cidadezinha de praia linda e alegre. Parei pra tomar um gelato e dar umas voltas. O sol estava bem forte e eu estava me odiando por ter saído de calça jeans. Várias pessoas na praia e eu nem tinha levado roupa de banho. Melhor assim, pra não escandalizar a Itália com meu biquíni carioca! De lá dava para ver Livorno. Fui dirigindo pelo litoral até lá. Livorno é uma cidade portuária, mas tb tem seu charme. Dei umas voltas, mas não fiquei por lá. Queria voltar pro jantar! Daí chegou a hora do pedágio. Saí de Livorno por uma estrada principal e passei pelo pedágio. Eu tinha que pegar um bilhete e não entendi nada do que eu tinha que fazer com ele... Mas eu tinha que pegar o papel e a cancela abriria pra eu passar. Segui adiante... Daí eu quis sair desta estrada próximo a Pisa pra seguir por outra estrada menor em direção à Firenze (Florença), senão eu daria a volta ao mundo. Qdo cheguei perto de Pisa, passei por outro pedágio. Aí eu entendi. Eu tinha que inserir o bilhete de saída que eu peguei em Livorno para que eles calculassem o qto eu utilizei da rodovia e qto deveria pagar. Muito justo! Aí vc coloca o dinheiro lá e eles te dão o troco. Tudo máquina. Penso que isso jamais funcionaria no Brasil, pois os pedágios ficariam obstruídos pelos motoristas analfabetos. Fui jantar e depois brinquei com a Lípsia, a pastor alemão dos donos do hotel. Aqui, em Florença, em Roma, em Paris, em Gotemburgo, muita gente tem cachorro. Casais, famílias, idosos, todos andam com seus cachorros por todo canto, pegam o bonde, o metrô, vão ao café, restaurantes, viajam com seus cães. Eu senti mta falta da Sol! Hoje foi meu último dia antes da volta. Decidi não fazer nada e depois descansar! Fiz uma caminhada pelo bosque, sem destino, só pelo prazer de caminhar e admirar as flores da estação. Depois fui curtir a piscina. Aqui as espreguiçadeiras são perfeitas. E ainda têm um guarda sol para proteger o rosto, se vc quiser. Exausta, depois de tanto esforço, à tarde fui tirar um cochilo. Acordei e fui até San Gimignano pra tomar um gelato. Voltei, tomei um banho e fui jantar. Amanhã é dia de enfrentar aeroportos, entregar o carro e voltar pra casa! Afinal, sexta é dia 12 de junho e eu quero estar com meu namorado!

Um comentário:

Pedro disse...

Agora que li! Tenho GPS agora viu?