domingo, 10 de agosto de 2008

O casamento do Danoninho

Um estranho no ninho, adulterado para um estranho danoninho, que deixou de ser estranho e se tornou apenas danoninho... Um doce... Ou também conhecido por arara, por conta do armário simplificado e improvisado que ele usava lá em casa. Esse homem admirável, médico notável, neurocirurgião salvador de crianças vítimas de balas perdidas e de outros males modernos, que vive dando entrevistas nos telejornais, surgiu quase do nada na minha vida, mais precisamente, na minha casa. Casado e dois filhos, bom apartamento e vida cara, arrumou uma namorada e decidiu se separar. Mas não tinha pra onde ir e não queria assumir a despesa, o compromisso e a burocracia de um aluguel. Me conheceu através de uma amiga em comum, que trabalha com ele e que lembrou que o quarto ao lado estava vazio. E lá estava ele, numa noite de segunda-feira, sentado à mesa da cozinha comendo da minha comida. Abastecemos a geladeira e em alguns minutos estávamos papeando na varanda, brindando sua nova vida com cerveja. Do quarto de hóspedes eu escutava seu telefone que tocava a qualquer hora com notícias tenebrosas de crianças cegadas por tumores incuráveis. E escutava seu ronco de sono exaurido. Esse desconhecido partiu tão subitamente quanto chegou... e foi voar e viver a nova vida que o aguardava. Um ano depois, recebi das mãos de nossa querida amiga o convite de casamento. Casamento de judeus, na tradicional Confeitaria Colombo! Um dos melhores, mais alegres, mais bonitos e mais bem servidos casamentos que eu já presenciei! Parabéns, Antônio e Gabriella! Se vcs são gratos à mim, sou eu ainda mais grata por participar dessa estória! Mtos beijos e sejam felizes!

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