domingo, 21 de setembro de 2008

O amor e o resto do mundo

Se a gente quer se prender a alguém, construir uma família, passar o resto da vida com essa pessoa... logo se pega pensando em como abrir mão do resto do mundo, em como conviver com as coisas que nos incomodam naquela criatura, em como sobreviver à falta da liberdade de poder descobrir novas vidas. O desembaraço de não dar satisfação a ninguém, de não ter que negociar pra fazer o que se quer ou ir onde se tem vontade... Aí pedimos licença e vamos curtir o mundo com os amigos, vamos aos bares da cidade, vamos andar no meio do mato, vamos fazer aula de zouk, vamos viajar com quem der na telha sem avisar a ninguém, vamos dar papo pra estranhos, vamos dar o telefone para estranhos, vamos dar o que quisermos para estranhos... Não se tem rotina, cada dia é uma surpresa! E a cada novo momento percebemos que em volta tantas outras pessoas anseiam por momentos assim, mas se sentem aprisionados demais para vivê-los... Temos a faca e queijo na mão, somos intensamente felizes, despertamos a inveja dos que vivem na solidão, mesmo que seja a dois, na mesmice, na mediocridade... Mas um dia vamos dormir com saudades do ninho, de ter alguém com quem se planeje as viagens, a compra do apartamento, a festa de casamento, a chegada dos filhos... O amor é lindo! Mas tem que ser um encontro genuíno, tem que ser verdadeiro, tem que vir do fundo, de dentro da alma e do coração... senão, cai-se no mesmo ciclo... Ou se pede licença ou se vive infeliz, olhando a vida pela janela... Não devemos abrir mão de estarmos desprendidos para conhecer novos mundos, novos horizontes, novas pessoas... Enquanto o amor não vem, ou se o amor se foi, o melhor é viver livre, leve e solto! Quem sabe essa é a fórmula da felicidade?

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