quarta-feira, 1 de abril de 2009

A presunção dos homens

Ida Bauer aparece nos textos de Sigmund Freud, o pai da psicanálise, sob o nome fictício de Dora. É uma moça bonita, de 15 anos, perturbada por tosses nervosas e incapacidade ocasional de falar. Chegou ao divã do médico vienense queixando-se de duas coisas: assédio sexual de um amigo da família e indisposição do pai em protegê-la. Freud aceitou os fatos, mas desenvolveu uma interpretação própria sobre eles. O nervosismo e as doenças se explicavam porque a moça se sentia sexualmente atraída pelo molestador, mas reprimia a sensação prazerosa e a transformava, histericamente, em incômodo físico. Como Ida se recusou a aceitar essa versão sobre seus sentimentos, largou o tratamento. Peter Kramer, biógrafo de Freud, diz que os sintomas só diminuíram quando ela enfrentou o pai e o molestador, tempos depois. Freud estava errado; ela, certa.” Esse trecho de uma reportagem da Revista Época reflete bem a presunção dos homens. Pra eles, a mulher sempre está afim! Tudo é sobre eles, os grandes pavões! É impressionante como o macho humano é um bicho pretensioso! Outro dia descobri que o Rodrigo se interessou por mim depois que em nosso segundo encontro casual pelas ruas da Praia Vermelha, eu o reconheci. Isso fez com que ele pensasse que eu ‘estava dando mole’ pra ele! Hahahahaha... Foi ele quem desligou o celular na hora que me viu e parou pra falar comigo! Eu fui apenas simpática, como teria sido com qualquer pessoa! Mas enfim, essa pretensão dos homens deve ter uma função vital para a humanidade! Se não fosse por ela, talvez os homens fossem seres depressivos, já que escutam mais ‘não’ do que ‘sim’... Se eles acreditassem que o ‘não’ é um ‘não’ ao invés de interpretar o ‘não’ como um ‘sim, mas vou fingir que não', talvez o mundo estivesse parado na idade das pedras! Hahahahaha... Bom, de qualquer forma não podemos exigir tanto assim dos pobres homens! Afinal, como poderíamos esperar que eles entendessem a complexa mente de uma mulher? A matéria continua assim: “Anos mais tarde, refletindo sobre a experiência, Freud escreveu uma passagem famosa: “A grande questão que nunca foi respondida, e que eu ainda não fui capaz de responder, apesar de 30 anos de pesquisa sobre a alma feminina, é: o que querem as mulheres?”.”

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